A 4ª Semana Paraibana de Ética foi encerrada nesta quinta-feira (19) após três dias de atividades. Nesse período, o evento passou por três cidades e reuniu centenas de pessoas, entre profissionais e estudantes da área da engenharia.

O evento começou em Patos, na terça-feira (17), onde foi discutido como promover a ética no ambiente de trabalho e a ética frente aos preconceitos existentes na sociedade. Na quarta-feira (18), os painéis “Compromissos do engenheiro frente à sociedade” e “O papel dos engenheiros, agrônomos e geocientistas frente às demandas sociais” ocorrerão na Unifacisa, em Campina Grande, com a participação de muitos estudantes da instituição.

Ainda na quarta-feira, dessa vez à noite, o evento chegou a João Pessoa. O deputado estadual Raniery Paulino, autor da Lei da Ficha Limpa da Paraíba; o presidente do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba (TCE-PB), Fernando Catão; o superintendente da Controladoria Geral da União (CGU) na Paraíba, Sérgio Queiroz; e coordenadora das comissões de ética dos Creas, engenheira civil Carmem Eleonora Amorim, se juntaram para discutir o papel dos órgãos de controle no combate à corrupção. Na ocasião também houve palestra do presidente em exercício do Confea, engenheiro eletricista Daniel de Oliveira Sobrinho, que falou sobre a inserção da ética na prática da engenharia.

O último dia do evento ocorreu no auditório do Sindicato dos Engenheiros da Paraíba (Senge-PB) com duas mesas redondas. Pela manhã, representantes dos Creas da Bahia, Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Pernambuco, além de professores da UFPB e Uninassau, debateram a promoção da ética. Já no período da tarde, foi a vez dos representantes dos Creas do Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraíba, além de um representante da CGU-PB, debaterem o mesmo tema.

Ao final, Carmem Eleonora apresentou a Carta da 4ª Semana Paraibana de Ética, um documento que sintetiza o que foi discutido durante o evento. Leia abaixo o conteúdo da carta:

 CARTA DA 4ª SEMANA PARAIBANA DE ÉTICA

Os participantes da 4ª Semana Paraibana de Ética reunidos na Paraíba, nas cidades de Campina Grande, Patos e João Pessoa com o objetivo de estimular o debate e propiciar boas práticas profissionais valorizando a engenharia, agronomia e geociências com a inserção de seus profissionais na construção de um modelo sustentável, valorizando a cultura da ética, a integração dos sistemas educacional e profissional bem como a comemoração do Dia Nacional da Ética na Engenharia, 2 de maio.

Afirmam que é notória a crise ética que o país vem atravessando, afetando os diversos setores da sociedade. A ética já não é mais ensinada na escola, são crescentes casos de bullying na infância, corrupção e preconceitos velados na maioridade, mostrando, além da deficiência na educação, com ausência de conceitos básicos de ética, a falta de cidadania e solidariedade.

Cônscios da responsabilidade de desenhar um modelo para modernizar o processo de fiscalização do exercício profissional do Sistema Confea/Crea e Mútua que se insira a ética profissional no seio das escolas da área tecnológica, e os profissionais que ingressassem no Sistema teriam práticas, atitudes e internalizações muito importantes para que todos tenham uma convivência pacífica e pautada em princípios comuns. Daí a necessidade de divulgar no Sistema e internalizar conceitos e preceitos éticos, pois reduzirá milhares de processos éticos disciplinares que tramitam hoje.

Reiteraram a disposição de participar, em parceria com todos os segmentos organizados da sociedade brasileira e do Governo, na reconstrução de um Projeto Nacional de Engenharia, Agronomia e Geociências, com investimento público, voltado à inovação e empreendedorismo associados ao ensino, pesquisa e extensão buscando a sinergia para formação de profissionais de excelência, lembrando-se dos princípios éticos.

Reconhecem que não basta ser diverso e inclusivo, temos que avançar na discussão de estereótipos, preconceitos e discriminação que atingem grande camada da sociedade apoiando a prática da convivência com a diversidade.

Declaram a necessidade de mobilização para o combate à corrupção, firmando acordos de cooperação com esses Órgãos para fortalecer a exigência de anotação de responsabilidade técnica e o regular projeto básico nos certames licitatórios, fortalecendo assim o reconhecimento social das profissões.

Demonstraram a preocupação com a acentuada redução do número de estudantes nos cursos de Engenharia devido à falta de valorização e visibilidade da profissão, bem como da proliferação dos cursos de formação, na modalidade de educação à distância (EAD), metodologia de ensino que usa critérios pedagógicos e técnicos diferenciado, considerado não apropriado ao ensino e à prática da engenharia. Conclamam pela necessidade de agir junto ao Sistema Educacional, no sentido de estancar a oferta indiscriminada destes cursos e promover o disciplinamento da formação necessária ao exercício profissional.

Ao final da Carta da Paraíba revelam sua expectativa geral quanto à plena democratização e observação dos princípios éticos na realização dos pleitos eleitorais que se avizinham.

João Pessoa, 19 de maio de 2022

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Minerva CREA - Atencimento Online

Atendimento Online