O terceiro e último dia de atividades da 70ª Semana Oficial da Engenharia e Agronomia foi preenchido com sete palestras ao longo da manhã e tarde desta quarta-feira (11). Ao fim do dia, ocorreu a cerimônia oficial de encerramento da SOEA e de abertura do 8º Congresso Nacional de Profissionais, que acontece de quinta-feira a sábado  desta semana. O 8º CNP terá sua plenária inicial na manhã desta quinta-feira. Depois, os delegados se dividirão em grupos para votar as propostas. No sábado, a plenária final definirá o que já está definitivamente aprovado e rejeitado e quais itens comporão a pauta da segunda etapa, a ser realizada em novembro, em Brasília.

Pela manhã, os ex-presidentes do CONFEA, antecedendo a abertura do 8º CNP,  ministraram uma palestra que tinha por objetivo compartilhar suas experiências com a organização deste Congresso em anos anteriores. Primeiro a falar, respeitando a ordem cronológica dos mandatos, o ex-presidente do Confea Henrique Luduvice traçou um panorama histórico, reconhecendo o esforço dos que nos anos de 1933 (criação do Confea) e 1966 (regulamentação das profissões) estruturaram o Sistema Confea/Crea. Luduvice também fez um paralelo entre os contextos históricos do Sistema e do país na época da Assembleia Constituinte, no final da década de 1980 e início de 1990. “Foi nesse contexto que se iniciaram os Congressos Nacionais de Profissionais, para responder às demandas desse novo cenário, a fim de que contribuíssemos com a construção de um Brasil democrático”. Luduvice presidiu o Confea de 1994 a 1999 e dirigiu os 2o e 3o CNPs.

Para Wilson Lang, segundo a falar, o CNP é um momento de franqueza. O ex-presidente do Confea defende que as decisões do CNP devem respeitar três condições: consenso, segurança jurídica e sustentabilidade ambiental. Lang presidiu o Conselho Federal entre 2000 e 2005.  Após as exposições de seus antecessores, Marcos Túlio de Melo – que presidiu o Confea de 2006 a 2011, passando pelos 6o e 7o CNPs – traçou a perspectiva macro dos debates. “Temos que ter a consciência clara de que nós fazemos parte de um momento histórico que não começa conosco e não termina conosco. Percebo claramente que ao longo dessa história nós estamos evoluindo e que as coisas não acontecem quando estão planejadas e propostas. Acontecem ao longo do processo, que perpassa gerações”.

No turno da tarde, além de palestras como as sobre “Engenharia de Custos”, “Investimentos para o agronegócio”, “Aeromóvel – Veículo movido a ar”, a mais procurada foi a apresentação do Eng. Marcelo Saldanha, com o tema “Incêndio da Boate Kiss – a tragédia que a fiscalização poderia ter evitado”.

Após a apresentação de Saldanha, um intenso debate tomou conta do auditório. Os profissionais apontaram várias das dificuldades encontradas pelos engenheiros no que diz respeito à fiscalização de obras e às atribuições de Corpo de Bombeiros, prefeituras e engenheiros nas atividades fiscalizatórias. A resposta mais adequada (mais eficiente e menos custosa) a todas as dificuldades expostas durante o debate, segundo o Eng. Marcelo Saldanha, seria o investimento na incorporação de profissionais da engenharia no corpo técnico das administrações direta e indireta, e mesmo nos batalhões do Corpo de Bombeiros.

À noite, teve início a cerimônia de encerramento da SOEA. O presidente do CONFEA,  José Tadeu e Silva, fez um balanço da Semana lembrando a extensa programação de palestras e reuniões promovidas nos quatro dias de evento. “Tivemos grandes palestras técnicas que enriqueceram o evento e todos nós. Discutimos políticas públicas sobre transportes, energia, meio ambiente e ética. Não temos dúvidas de que participamos de um grande evento e de um momento importantíssimo de integração das principais lideranças que conduzem o nosso Sistema, entidades de classe nacionais e regionais e instituições de ensino”, destacou.

Sobre a Semana Oficial, o presidente do Crea-RS, Luís Alcides Capoani, destacou os números registrados. Disse que eram esperados 2.500 participantes, e o evento teve 3.620 inscritos, muito além da mais otimista expectativa. Depois citou as principais palestras realizadas durante o evento para demonstrar o alto nível dos temas e dos conferencistas.

Antes de encerrar a Soea, o anfitrião, presidente do Crea-RS, lembrou o incêndio da Boate Kiss, em Santa Maria (RS), homenageando a engenheira florestal recém-formada, Cristina Peiter, sobrevivente da tragédia. Exemplo de força e superação, a profissional disse que durante o longo período em que ficou hospitalizada correu contra o tempo para se formar. “Mas, graças a Deus, deu tudo certo e eu estou muito orgulhosa de ser uma engenheira florestal”, afirmou. Cristina foi aplaudida de pé pelos participantes da cerimônia de encerramento da 70ª Soea.

Em seguida, Capoani entregou a bandeira da SOEA ao presidente do CREA Piauí, Paulo Roberto de Oliveira, que sediará em 2014 a 71ª edição da semana nacional de engenharia.

“A partir dessa data, que marca a maior Soea feita em 70 anos, temos um novo evento, muita responsabilidade,  já que agora o desafio de igualar ao evento aqui realizado”, disse Oliveira. O presidente do Crea Piauí ainda destacou as características de Teresina, como a única capital não banhada pelo mar, mas abraçada por dois grandes rios: Poti e Parnaíba. “Usaremos toda nossa experiência com a Feira e Congresso Internacional de Engenharia e Agronomia (Fecon),  toda nossa estrutura do Crea-PI estará voltada para a 71ª Soea assim como nossos conselheiros regionais e federais, inspetorias, Mutua-PI, governo do estado e prefeitura. Esperamos cada um de vocês em 2014”, encerrou convidando os profissionais do Sistema.

Carta da Semana Oficial

A carta de encerramento da 70ª Soea foi elaborada pelo Colégio de Entidades Nacionais (Cden) e lida pelo seu coordenador, engenheiro de alimentos Gumercindo Ferreira da Silva.Confira o texto da Carta Declaratória da 70ª Soea

 

CONFIRA FOTOS DA DELEGAÇÃO DA PARAÍBA NA 70ª SOEA

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