Por Daniel Fraiha (daniel@petronoticias.com.br) –
A gestão de Pedro Parente à frente da Petrobrás começou a dar passos acertados com a retomada de licitações para a continuidade das obras do Comperj e da Rnest, mas as ações desenhadas para o plano de desinvestimentos, como o repasse do controle da BR Distribuidora, não tiveram a mesma recepção. Uma das frentes de oposição à decisão, que tem gerado muitas dúvidas no mercado e nos sindicatos, é a Associação dos Engenheiros da Petrobrás, que considera a medida como algo contrário aos interesses da companhia, já que tira dela o poder de decisão estratégica sobre a distribuição, se desfaz de um grande gerador de caixa e ainda terceiriza a gestão sobre a empresa que mais reflete a imagem da Petrobrás junto ao País.
O presidente da Aepet, Felipe Coutinho, reconhece que o endividamento da estatal é grande, mas diz que a alienação de ativos não é inevitável como vem sendo colocado pela diretoria da companhia, e enumera sugestões para o equacionamento das dívidas. Dentre elas, uma possibilidade aventada por Coutinho é uma nova capitalização da Petrobrás, por meio da troca de suas dívidas com bancos públicos por ações da empresa. “Isso fortaleceria a companhia e reduziria em cerca de 25% o endividamento dela”, diz o executivo, que considera a venda do controle da BR para um agente privado como um grande risco. “Claro que há alguns ativos que podem e devem ser comercializados, mas o que não consideramos razoável é colocar em risco a integração da empresa. Porque é isso que garante o resultado independente da oscilação do valor do petróleo”, afirma Coutinho, que admite a possibilidade de desinvestimentos no exterior, para que o foco seja totalmente voltado ao mercado nacional, especialmente no pré-sal.
Veja a entrevista de Felipe Coutinho na íntegra AQUI